terça-feira, 2 de agosto de 2011

Preto Velho no Kardecismo...

Preto Velho no Kardecismo...




Eu fui fazer uma palestra em uma determinada Casa Espírita e após cumprimentar a todos, eu disse alto e em bom-tom:


– Eu não posso aceitar que uma Casa Espírita que se diz Kardecista, em conseqüência, uma guardiã dos mais diversos valores morais, possa aceitar como seus trabalhadores efetivos, a homossexuais, alcoólatras, dependentes químicos, mães solteiras, fumantes, casais não casados oficialmente, analfabetos, etc. 

E também não aceito que nas reuniões mediúnicas, os trabalhadores permitam que qualquer tipo de espírito possa vir se comunicar, inclusive um tal de preto-velho! Casa espírita não pode servir de refúgio ou abrigo para cegos e aleijados morais! E isso é preservar a pureza dos postulados espíritas e não preconceito!


As pessoas arregalaram os olhos e ficaram absolutamente surpresas com aquela declaração inesperada, sem acreditar que um palestrante espírita, ainda mais um escritor, pensasse e externasse na tribuna de uma Casa Espírita, uma atitude tão preconceituosa. Após uma pausa proposital, com o objetivo de atrair a atenção dos presentes, eu expliquei.


– Não, meus queridos irmãos. Eu não perdi o juízo e não penso da forma que acabei de expor. Graças a Deus, não! Mas muita gente pensa e não tem coragem de externar publicamente. A discriminação a que acabei de me referir, infelizmente existe sim, em maior ou menor grau, na imensa maioria das Casas Espíritas.


Entre os que se arvoram de censores da vida alheia, detentores por certo, de ilibada reputação moral e impressionante elevação espiritual, acharemos os que pensam da forma como eu disse há pouco e em um grau tão alto de atitude preconceituosa, que chegam a pensar mesmo, que não se trata de preconceito, mas necessidade de preservar a pureza doutrinária. Este é o pretexto utilizado.


Agnaldo Cardoso



Um Preto-Velho em um Centro Espírita


"Dando início a uma destas reuniões mediúnicas num centro espírita orientado pela doutrina de Allá Kardec, foi feita a prece a abertura por um dos presentes. Iniciando-se as manifestações, pequenas mensagens de consolo e apoio foram dadas pelos desencarnados aos membros da reunião. 

Quando se abriu o espaço destinado à comunicação de Espíritos necessitados, ocorreu o inesperado, a médium Letícia fica sob a influência de um Espírito...O dirigente Sr. Antenor, como sempre fez nos seus vinte anos de prática espírita, deu-lhes as boas-vindas, em nome de Jesus.


- Seja bem-vindo, meu irmão, nesta casa de caridade.


O espírito respondeu:


- Boa noite fio. Suncê me dá licença pra eu me aproxima de seus trabaios, fio?


- Claro, meu companheiro, nosso centro espírita está aberto a todos os que desejam progredir. – respondeu o dirigente da mesa. Todos os presentes perceberam que a entidade comunicante era um Preto-Velho. A entidade continuou:


- Vós mecê não tem ai uma bebida pra eu bebê, fio?


- Não, não temos.Você precisa se libertar destes costumes que traz dos terreiros, que é o de ingerir bebidas alcoólicas. O espírito precisa evoluir – disse-lhe o Sr. Anestor.


- Vósmecê, num tem ai um pito? To com vontade de pita um cigarrinho, fio.


- Ora meu irmão, você deve deixar o mais breve possível este hábito adquirido nas práticas de terreiro, se é que queres progredir. Que benefícios traria isso a você?


O Preto-Velho respondeu :


- Preto Veio gosto muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos médiuns não faz uso do cigarro, fio? Suncê mesmo num toma suas bebidinhas nos finar de semana? Vós mecê pode me explica a diferença que tem o seu Espírito que beberica whisky do meu Espírito que quer beber aqui dentro? Ou explica pra mim, a diferença do cigarrinho que suncês fuma na rua, daquele que eu quero pita aqui dentro?


Sr.Anestor não pode explicar, mas resolveu arriscar :


- Ora, meu amigo, nós estamos num templo espírita é preciso respeitar os trabalho de Jesus.


Fio, ou se suncê preferi...Caro dirigente, na escola espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais centro espírita. 
Para nós, estudiosos da alma, o templo da verdade é o do Espírito. 
E é ele que está sendo profanado com o uso do álcool e do fumo, como vêm procedendo os senhores. 
Vosso exemplo na sociedade, perante os estranhos e mesmo seus familiares, não tem sido dos melhores. 
O hábito, mesmo social, de beber e fumar deve ser combatido por todos os que trabalham na terra em nome do Cristo. 
A lição do próprio comportamento é fundamental na vida de quem quer ensinar. Houve grande silencio diante de tal argumentação segura.Pouco depois, o Espírito continuou :


- Suncê me adescurpa a visitação que fiz hoje, e o tempo que tomei do seu trabaio. 
Vou-me embora pra donde vim, mas antes, fio, queria deixa a suncêis um conseio: que tomem cuidado com suas obras, pois, como diria Nosso Sinhô, tem gente coando mosquito e engolindo camelos.
 Cuidado irmãos, muito cuidado. Preto-Véio deixa a todos um pouco da paz que vem de Deus. Ficam meus sinceros votos de progresso a todos os que militem nesta respeitável Seara.


Dado o conselho, afastou-se para o mundo invisível. Dr. Anertor ainda quis perguntar-lhe o porque de falar "daquela forma", mas não houve resposta. 
No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição para todos meditarem."


(Isso aconteceu na Casa Espírita Seara Bendita e foi repassada por uma das médiuns presentes)



http://itupura.blogspot.com/

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