sábado, 4 de fevereiro de 2012

Medir a pressão nos dois braços




Medir a pressão nos dois braços pode evitar morte por doenças do coração


  

Por Renata Demôro

Verificar a pressão é um hábito comum, mas pesquisadores acreditam que a forma como essa medição é tradicionalmente feita – apenas em um dos braços – deve mudar. 

Publicada na revista científica The Lancet, a nova pesquisa sugere que uma grande diferença entre a leitura da pressão sistólica nos braços direito e esquerdo, em sequência, poderia indicar alto risco de morte por doenças vasculares.

Diferenças na aferição pressão podem elevar em 70% mortes por doenças cardiovasculares

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores da Peninsula College of Medicine and Dentistry, na Inglaterra, analisaram 28 estudos anteriores sobre a diferença da pressão sanguínea entre os braços. 

Os cientistas verificaram evidências significativas de que uma diferença de 15mmHg (milímetros de mercúrio), ou mais, estaria associada ao maior risco de desenvolver doença cerebrovascular, que afeta o suprimento de sangue para o cérebro, levando a problemas cognitivos, como a demência. 

De acordo com o estudo, a diferença de 15 mmHg (milímetros de mercúrio) na aferição da pressão arterial sistólica entre os dois braços também eleva em 70% o risco de morte por problemas cardiovasculares.

A pressão arterial é calibrada em milímetros de mercúrio. 

Após a aferição, o primeiro número, ou de maior valor, é chamado sistólico, e corresponde à pressão da artéria no momento em que o sangue foi bombeado pelo coração.

O segundo, ou o de menor valor, é chamado diastólico, e corresponde à pressão na mesma artéria, no instante em que o coração se relaxa, 
após a contração.

 Em média, a pressão arterial considerada ideal gira em torno valor de 120/80 mmHg, popularmente conhecida como “12 por 8”. 

De acordo com o estudo recém-publicado, o risco existe se a diferença na aferição entre os dois braços marcar mais do que 15mm Hg (milímetros de mercúrio) no resultado da pressão arterial sistólica (maior número).

Doença vascular periférica não costuma apresentar sintomas

Se a diferença de pressão sistólica entre os dois braços for de 10mmHg (milímetros de mercúrio), há risco elevado de doença vascular periférica, que provoca sérios problemas de circulação nas pernas e pés e, geralmente, não apresenta sintomas.

 Neste caso, medir a pressão nos braços seria importante para descobrir e tratar precocemente o problema.

Os cientistas explicam que os médicos costumam orientar que a pressão seja medida nos dois braços, mas muitos pacientes ignoram a recomendação. 

A revisão fortalece a tese de que a aferição da pressão arterial dois braços, em sequência, deveria se tornar procedimento padrão.

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