DOCE DE ABOBORA
AREADO
Com o estômago ainda agradecido pelo tropeirão, é hora de
adoçar a boca.
A melhor pedida é a abóbora em calda, feita como se fosse
uma jóia pela ex-professora de geografia Aurélia Maria
Figueiredo Corrêa, a dona Netinha. Com toda razão, o
doce figura no cardápio das delícias de Areado, a 406
quilômetros de Belo Horizonte, e da região de Furnas.
Criada em fazenda, dona Netinha aprendeu os segredos
do tacho e do fogão a lenha com a sua avó e, curiosa,
aprimorou seus conhecimentos até trilhar o próprio
caminho.
Deu muito certo. “Antes, eu fazia o tipo cristalizado, mas
procurei fugir do convencional. Fui testando até obter
esse resultado”, conta.
Totalmente artesanal, sem conservantes e substâncias
químicas, a sobremesa conquista de imediato: tem as
bordas artisticamente esculpidas, uma cor dourada,
consistência por fora e maciez por dentro.
Ao começar a prepará-lo, dona Netinha explica que a
abóbora moranga não é indicada – só aquela amarela,
que tem “pescoço”.
Outra providência é o uso da cal virgem, produto
fundamental para impedir que os pedaços se
desmanchem na panela.
Então, mãos à obra. Siga a receita de dona Netinha
e faça sucesso.
Como fazer Abóbora em calda
Cortar a abóbora, descascar, tirar as sementes e picar em
pedaços de cerca de 4 cm x 4 cm. Com uma faca pequena
ou canivete, decorar as bordas, fazendo uma espécie de
serrilhado.
Pôr na água com cal, durante 30 minutos, cobrindo com
um tecido e mexendo sempre. Tirar da cal, lavar muito
bem cada pedaço com uma escovinha, em água corrente.
Com um garfo, fazer dois furos nos pedaços de abóbora,
um de cada lado, e cozinhar até que fiquem bem macios.
Escorrer e reservar. Com a água e o açúcar, fazer uma
calda grossa, quase em ponto de fio.
Despejar a abóbora, que deve estar na mesma temperatura
da calda – ambas quentes ou frias – e ferver durante
20 minutos. Tirar do fogo e deixar num tacho durante
24 horas, pelo menos. Guardar em vidros esterilizados.
Receita fornecida por Aurélia Maria Figueiredo
Corrêa, de Areado
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