segunda-feira, 7 de março de 2011

Sabão








Sabão do Seu Antônio (Tonhão ou Toninho pros íntimos e capiais)

Sabão de álcool a frio

Ingredientes

1 quilo de soda cáustica
2 litros de água
3 litros de óleo de cozinha usado e coado
2 litros de sebo derretido (banha bovina - em Fartura compra-se no açougue já derretido, mas você pode aproveitar gordura de mocotó, de costela etc).
3 litros de álcool
Coloque no chão uma bacia de plástico grande com capacidade acima de 15 litros, deixe do lado um banquinho e prepare-se para mexer a mistura durante meia hora. 

Na bacia dissolva a soda na água, mexendo com colher de pau própria para isto ou um cabo de vassoura (lá no sítio, usa-se qualquer pedaço de pau).

 Junte o óleo e o sebo quente e derretido. Mexa bem por 15 minutos. Adicione o álcool e mexa por mais 15 minutos. 

A mistura começa a endurecer. Deixe na própria bacia até o dia seguinte (ou por pelo menos 12 horas) e então desenforme e corte em pedaços.

 Se despejar num recipiente de ângulos retos, ficará bem mais fácil cortar. Guarde em caixas de papelão em lugar arejado.





Óleo usado, sabão


Depois de pronto, corta-se como quiser

Tudo bem que este blog é sobre comida, mas o universo que a envolve vai além do que muitas vezes podemos enxergar. 

Quem gosta de pensar sobre comida não deveria ignorar assuntos como cultivo, transporte, armazenamento, pontos de venda, embalagens, utensílios e água. 

E a cadeia é ainda maior se pensarmos na quantidade de itens que direta ou indiretamente está ligada ao ato de cozinhar, comer e deixar o palco arrumado para o próximo espetáculo. 

Tudo isto para justificar porque falarei aqui também sobre sobras, detergentes e sacolas plásticas. Começo pelos primeiros.

Não é novidade para ninguém que óleo não deve ser reaproveitado mais que cinco vezes, porque se degrada, oxida e forma substâncias tóxicas (a acroleína, por exemplo, se forma quando o óleo é aquecido até esfumaçar – se isto acontecer, despreze). 

Sabemos também que óleo não deve ser jogado no ralo da pia, no vaso sanitário nem na terra, pois contamina a água. 

E é claro que todo já ouviu falar do custo ambiental para se produzir embalagens plásticas para, entre outras coisas, detergente – e o próprio detergente, feito com óleos minerais (petróleo e xisto) e degradados artificialmente graças à adição de polímeros e ésteres sintéticos.

 Então, vá guardando seu óleo usado, juntando com os dos vizinhos e parentes e entregue para instituições que fazem sabão e revertem em renda. Ou leve para postos de coleta para fazer biodiesel.

 E, se faltar pretextos para reunir amigos, convide todo mundo com seus óleos usados para uma “oficina de sabão” e bote todo mundo para trabalhar. No final cada um leva o seu. 

A gente economiza idas ao super, sacolinhas, embalagens de detergente, corantes, odorizantes e até academia, afinal envolve esforço físico para mexer - quase nada, mas algum. 

E ainda se diverte, garanto. Parece trabalhoso, mas não é, e rende sabão para meses.

Aqui vai a receitinha que costumamos fazer em Fartura com um óleo que meu pai ganha de uma lanchonete e juntamos com os nossos bem mais decentes. Desta vez substituímos metade do óleo por banha de redanho (aquele que estava rançoso quando o mostrei 
aqui).

O redanho rançoso foi derretido, coado e resfriado



Sabão caseiro feito a frio


2 litros de água (ou infusão fria de hortelã, erva-doce, camomila)
1 quilo de soda cáustica (vai encontrar em alguns supermercados ou em casa de material de construção)

1 litro de álcool
4 litros de óleo usado (pode usar até a metade de banha ou redanho derretidos, coados e resfriados)

Coloque um balde de plástico grande no chão, despeje a água e a soda e mexa com um pedaço de pau – ou uma colher de pau de cabo bem comprido, feita só para isso, mas qualquer pau de vassoura serve. 

Junte o álcool e o óleo e mexa devagar por cerca de uma hora – coloque um banquinho na frente do balde para tornar a tarefa menos árdua – não que seja. 

Se tiver mais gente para dividir a tarefa, mais divertido e prazeroso.

 Quando a massa ganhar uma consistência de doce de leite está pronto. 

Para se certificar, coloque um espetinho de madeira no centro da massa - ele deve permanecer em pé. 

Despeje a massa num recipiente grande de plástico ou madeira e deixe secar até desgrudar das laterais. Corte como quiser e use. 

Ou guarde em local aberto para secar mais. Se quiser, despeje em recipientes de vidro que possam ficar em cima da pia, como mostro na foto. 

É mais rápido que apertar a garrafinha de detergente com uma mão e segurar a bucha com a outra. 

Aqui é só usar uma mão com a bucha que esfrega no sabão. 

Com a outra mão você pode ir adiantando outra coisa.

 Nada de desperdícios. É ótimo para lavar panos de pratos.

A bucha natural, claro, veio de Fartura


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