domingo, 6 de março de 2011

Mingau de alho da Dona Neide


Mingau de alho da Dona Neide



O mingau, mais denso, como acompanhamento de galinha caipira

O arroz de pilão, a farinha de milho e os ovos caipiras
Quem me deu a receita foi minha xará Neide de Oliveira Franco, de Iporanga, lá no Revelando São Paulo (que acabou ontem e ficou uma semana no Parque da Água Branca). 

Situada a cerca de 360 quilômetros da cidade de São Paulo, Iporanga quer dizer, em tupi, rio bonito e fica às margens do Ribeira de Iguape.

 Dona Neide faz bolo pra fora e cozinha em sua pousada Capitão Caverna, que só atende excursões. 

De quem vai visitar as profundezas calcáreas, afinal Iporanga é considerada a capital das cavernas - mais de trezentas catalogadas.

 Os aventureiros chegam à noite e se deparam com uma comida pra lá de saborosa e que repõe toda a energia minada pelo cansaço bom. 

E o mingau de alho dá aquela força para as caminhadas do próximo dia.

Dona Neide e sua comidinha de restauro

No sábado passado escolhi meu almoço nesta barraca por dois motivos: um porque no prato-feito pousava uma comida quente e cheirosa - galinha caipira desfiada, arroz de pilão e o tal mingau de alho que me deixou intrigada; outro porque, com tantos copos e pratos de plástico nas outras bancas, neste o prato era de cerâmica primitiva e confortável. Não decepcionou.
No meio da semana, voltei para conversar com mais calma com Dona Neide que me contou que, na sua região, o tal mingauzinho de alho é prato que restaura, prato das parturientes, dos acamados e, claro, dos bom-garfos e famintos. Nas noites frias, pra dormir quentinho. 

Nas manhã geladas - e nas outras também, no café da manhã, para despertar, animar. Como acompanhamento é feito mais denso, como um purezinho. Ou mais ralo, se for servido como sopa, entrada ou prato único. 

Não pude deixar de comparar à açorda que há muitos anos comi no restaurante Fialho, em Évora, Portugal, com muito coentro, alho e um ovo escalfado. 

Só que levava, em vez de farinha de milho, pão. Acho que foi a partir dali que me reconciliei com o coentro, com quem briguei feio na gravidez da Ananda. Então, está aí o prato luso-tupiniquim (o milho!).

Mingau de alho – receita ditada por dona Neide de Oliveira Franco

1 litro de água
2 colher (sopa) azeite ou óleo
1 colher (sopa) de alho socado ou moído

1 colher (chá) de sal
2 xícara de farinha de milho (ou mais, se quiser um anguzinho mais firme)
2 ovos (ou um por pessoa)
Coentro picado a gosto

Leve ao fogo a água misturada com o azeite ou óleo, o alho e o sal. Quando ferver, junte a farinha de milho, polvilhando sobre a água, aos poucos. 

Mexa até espessar. Junte, então, os ovos – um para cada pessoa que vai comer. Não mexa para não desmanchar os ovos.

 Assim que estiverem cozidos, coloque nos pratos um pouco do mingau e o ovo por cima. Polvilhe com bastante coentro picado.
Rende: 2 porções (se for servir como sopa – para acompanhamento, coloque mais ovos e divida em 4 ou 6 porções)

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