domingo, 2 de agosto de 2015

Leitão no Rolete 2.228




 Leitão no Rolete   2.228


Sabor

02/08/2015 12:24
Receita famosa com 12 ingredientes faz 

churrasqueiro ter trabalho o ano inteiro

Naiane Mesquita



Seu Xavier virou especialista de Leitão
 no Rolete e hoje atende o Brasil todo f
azendo a receita (Foto: Marcos Ermínio)


Em uma rodinha de amigos, seu Dorival Alves

 Xavier, 63 anos, é o apontado pelos colegas para
 falar da tradicional receita do Leitão do Rolete 
de São Gabriel do Oeste.


Gaúcho de Carazinho, ele participa da festa há 
22 anos, todos à frente da ala das churrasqueiras,
 onde até 140 suínos são assados simultaneamente.

 


Leitão é assado inteiro e pode servir até 
60 pessoas


A história de Xavier com o porco no rolete 
começou lá atrás, quando ele resolveu trocar
 a cidade natal por Campo Grande.

"Eu vim com a família em 1982. Tinha uma
 filha e depois tive mais dois filhos”, relembra. 

Desde o início, o grupo trabalha com o mesmo
 tempero e forma de preparo.

 O jeito de rodar o leitão fica a cargo da
 máquina que eles criaram para fazer o
 trabalho sujo.

A experiência foi copiada da cidade de
 Toledo, no Paraná. 

“Foi lá que surgiu há uns 30 anos. 
A gente sempre fez o porco em casa, 
no forno. 

Aqui que virou o rolete”, diz.

O sabor que é reconhecido em todo o 
Estado acaba compensando o trabalho 
com altas doses de calor e cinza de
 carvão para todo lado. 

“A gente acostuma. 

Eu faço porco em Mato Grosso do Sul
 inteiro, fora do Estado também. 

Comecei na brincadeira e agora minha
 agenda está fechada até o final do ano,
 em praticamente todos os finais de semana. 

Domingo estarei em Campo Grande”, reforça
 orgulhoso e aproveitando que o apelido que
 o marketing que corre por aquelas bandas 
chegou ao nome dele.

 “Só me conhecem como Xavier do Rolete”.

 

Porco é servido com:  

 arroz, mandioca e uma farofa também com 
pedaços de porco


Mesmo com o sucesso e trabalhando com isso, 
o gaúcho não liga de contar o segredo da receita. 

“Nós injetamos o tempero dentro da carne do 
porco com uma seringa. 

De cinco em cinco centímetros e dependendo 
de 3 a 4 ml, varia do tamanho do suíno”, ensina.

Para fazer o porco em casa, seu Xavier diz que
 um suíno de 15 kg deve ficar de 4 a 5 horas
 no forno.

 “Você pode fazer do jeito paraguaio também. 
Abre ele ao meio e deixa assar no forno durante
 seis horas”, explica.

O importante é ter cuidado na hora de cortar. 
“Não pode tirar a pele da costela.

 Você tem que servir junto com o osso”.

 O porco inteiro assado serve em média 
60 pessoas. 

“Por isso escolhemos esse modelo. 
É mais tranquilo”.

Brinco com seu Xavier se no início a saída
 era usar a mão para girar a carne. 

“Não, sempre foi com a máquina.
 Mas, uma vez acabou a energia. 

Se Deus quiser não vai mais acontecer,
 porque aí é no braço”, ri.

Apesar de não ter ideia da quantidade de
 tempero que coloca no porco, tudo é feito
 no ‘olhometro’, seu Xavier diz que é muito
 simples e o segredo é um dosando de 
acordo com o gosto de cada um.

“Tem gente que gosta de mais pimenta”. 

Ao todo, a receita leva doze ingredientes.

“Sal a gosto,
 pimenta do reino a gosto, 
noz moscada, 
orégano, 
salsinha, 
cebolinha,
manjericão,
 2 limões rosa, 
vinho branco, 
louro,
se o vinho for fraco, acrescente um 
pouco de vinagre, e alho”, indica.

 

Dona Afonsa é descendente dos primeiros
 moradores de São Gabriel e se orgulha 
de participar da festa


Depois é só bater no liquidificar e injetar no porco. 
Para a pururuca não soltar, vale colocar palitos 
unindo a carne. 

“Precisamos fazer isso hoje porque está ventando
 muito, ai a carne solta. 
Na pururuca é só aumentar o fogo”.

Ontem, a turma do seu Xavier assou 110 porcos,
 hoje o número é maior. “Vamos assar 140 
porcos e mais de 1 mil kg de linguiça”. 

Lembrando que cada porco consome mais 
40 kg de carvão para ficar no ponto certo.

Por fim para acompanhar o leitão, o cardápio
 não poderia ser mais sul-mato-grossense: mandioca,
 farofa, creme de milho, arroz branco e uma 
saladinha de alface e tomate.

 “Usamos umas seis caixas de isopor grande 
de arroz. 

Na cozinha a gente não tem muita ideia da 
quantidade. 

Sai muita comida”, diz Afonsa Prado, 58 anos.


A dona de casa é mais uma dos 68 voluntários
 da festa que se transformam nesse período. 

“È uma alegria para todo mundo saber que
 as pessoas vêm de fora para comer nossa
 comida.

 Eles comem e acham bom”, afirma.

De São Gabriel do Oeste, Afonsa diz que
 foi seu avô que trabalhou na fazenda Briozo,
 o início da cidade.

 “Nasci e me criei aqui. 

Tem a turma dos gaúchos, mas eu sempre 
fui sul-mato-grossense”.

Quem mesmo com a receita não quiser
 arriscar, pode ligar para seu Xavier fazer 
o tradicional letião no número 9995-8277.

FONTE:  http://www.campograndenews.com.br/
lado-b/sabor/receita-famosa-com-12-ingredientes
-faz-churrasqueiro-ter-trabalho-o-ano-inteiro



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